Após a conclusão do
estágio chega o momento de reflexionar sobre a minha formação profissional:
professor de Língua Portuguesa, etapa em que foi necessário desenvolver
habilidades e conhecimentos fundamentais necessários para atuar consciente e
positivamente. Não existem fórmulas prontas para conduzir uma aula em sala com
alunos reais, pois cada uma e cada aluno é um mundo a parte, e o processo
ensino-aprendizagem se constrói pela interação entre educadores e educandos por
meio do diálogo e tendo por objetivo a construção do conhecimento.
ANTUNES (2003, p. 20)
diz que no processo de ensino e aprendizagem “o que passa a ter prioridade é criar
oportunidades - oportunidades diárias para o aluno construir, analisar,
discutir, levantar hipóteses, a partir das leituras de diferentes gêneros de
textos – única instância em que o aluno pode chegar a compreender como, de
fato, a língua que ele fala funciona”.
Como estagiária de
Letras reflito sobre como deve ser minha prática pedagógica a fim de evitar
concepções equivocadas de língua, linguagem e ensino de língua, prática que
leve em conta as variações dialetais, a diversidade linguística a fim de evitar
o preconceito e a exclusão social.
A teoria aplicada na
prática da vivência escolar através do estágio de Língua Portuguesa para alunos
do ensino médio ocorreu na Escola Estadual Marechal Castelo Branco – Água
Clara, onde pude vivenciar a realidade educacional e social existente entre
escola-professor-aluno. Observando essa realidade estou consciente que o
professor que eu desejo ser não se forma de uma só vez, existe um processo a
ser levado em consideração, limites, possibilidades sociais e econômicas e
políticas de um grupo destacado da sociedade com sua história e realidade.
Diante desse quadro percebo que devo abandonar minha individualidade e penetrar
no mundo da escola e dos alunos para através de planejamento e reflexão
conseguir que eles se apropriem de conteúdos que signifiquem conhecimento.
O estágio com alunos do
ensino médio causou, até certo ponto, inquietação aos meus ideais, por neles
constatar alienação, desinteresse na aquisição de seu próprio conhecimento, tal
atitude reforça a minha convicção de que como professores temos o dever de
possibilitar ao aluno condições para que desenvolvam suas habilidades
intelectuais, seu pensamento crítico-social e sua cidadania. Essas condições me
fazem questionar sobre a minha formação, de estar preparada para uma prática educacional
consciente. Ninguém se torna professor em apenas um momento e, para formar
pessoas aptas, conscientes e responsáveis, há de se buscar a prática, a
experiência, o conhecimento.
O professor “precisa ter recebido e continuar
a receber uma formação científica consistente, que se apodere dos resultados da
pesquisa linguística, que tome a consciência das etapas de evolução e progresso
do campo científico ao qual pertence. Enfim, que seja, em tempo integral, um
pesquisador, um curioso, um lingüista, um teorizador que busque enfrentar suas
próprias limitações, compreendendo o quanto antes que precisa de formação
teórica permanente e consistente, feita de tal modo que institua e alimente
relações de autonomia [...], que inclua a criação de estratégias, a
experimentação, a análise compartilhada, a partir da interpretação que faz da
teoria e da realidade em que está inserido. (WEISZ, 2000, p.121)
O resultado do estágio
de Língua Portuguesa para alunos do ensino médio é a certeza da função social
que o professor deve ter, de intermediar o aluno com o conhecimento, de
instigar da curiosidade pela descoberta através da pesquisa, de despertar no
alunado a amor pelo saber e aprender.
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