Juntei na mão
os meus poemas
e lanceio-os ao deserto
para que as areias
se transformem em protesto
Costa
Andrade
Os Parâmetros
Curriculares Nacionais (PCN’s) vieram como uma forma de uniformizar o ensino,
apesar de não ter caráter normativo. São quatro os temas estruturadores: usos
da língua; diálogo entre textos: um exercício de leitura; o ensino de
gramática: algumas reflexões; o texto como imaginário e a construção do
patrimônio cultural. Cada tema se subdivide em competências gerais e
especificas, sendo que os eixos temáticos formam uma rede de conhecimento, com
base em competências, conteúdos e conceitos. Segundo, os PCN’S de Língua
Portuguesa:
“Ao ler
este texto, muitos educadores poderão perguntar onde está a literatura, a gramática,
a produção do texto escrito, as normas. Os conteúdos tradicionais foram incorporados
por uma perspectiva maior, que é a linguagem, entendida como espaço dialógico,
em que os locutores se comunicam.” (PCN, 2002, p. 144).
A Literatura
também é a prova de que a linguagem só existe enquanto interação social, pois é
escrita por alguém que deseja ser compreendido pelo outro, sem a relação entre
autor, texto e leitor não há Literatura. “A literatura desenvolve em nós a quota de humanidade na medida em que
nos torna mais compreensivos e abertos para a natureza, a sociedade, o
semelhante.” (CÂNDIDO, 1995, p. 249). Dessa forma, podemos constatar que a
Literatura amplia o horizonte de conhecimentos e ao mesmo tempo colabora para a
compreensão do mundo em que vivemos.
Uma das
preocupações em relação à leitura perpassa o Letramento Literário, que segundo (SOARES,
2004, p. 45-46), “As pessoas se
alfabetizam, mas não necessariamente incorporam a prática da leitura e da
escrita, não necessariamente adquirem competência para usar a leitura e a
escrita, para envolver-se com as práticas sociais da escrita: não lêem livros,
jornais, revistas, não sabem redigir um ofício, um requerimento, uma declaração,
não sabem preencher um formulário...” A ação de alfabetizar (ensinar o código
escrito) insere-se em uma prática maior: a de introduzir o aluno na cultura
escrita, ou seja, torná-lo letrado. Nessa perspectiva, não cabe mais escrever
ou soletrar palavras e frases. É preciso ir além: ensinar o aluno a aprender a
ler e a escrever, compreendendo também o significado social e os contextos
diversos do uso da escrita. Nesse sentido, observa-se que a leitura realizada em sala de aula é
fragmentada, pautada na utilização do livro didático e não se utiliza outros
recursos para cativar efetivamente o aluno para a importância da leitura em sua
formação. Logo, os professores precisam buscar esta consciência de que
existe a clara necessidade de uma escola voltada para a formação de cidadãos
que transformem a nossa realidade e esta somente será atingida quando houver a
real existência de uma escola que busque o conhecimento como fator abrangente.
Nenhum comentário:
Postar um comentário